sábado, janeiro 21, 2006

Viva Sidney Miller!


Amigos! Peço desculpas e mais desculpas pela minha ausência, porém o tempo tem sido curto! Prometo que teremos novidades em fevereiro, mas por enquanto vou continuar como um simples escriba.

Venho usar esse espaço a mim cedido, para reverenciar um dos maiores nomes da Música Brasileira. Conhecido por poucos, com uma obra curta, uma morte prematura, mas uma genialidade única e que merece muito mais espaço e louvor por nós, amantes da MPB.

O nome dele é Sidney Álvaro Miller Filho, ou simplesmente Sidney Miller. Carioca, nascido em 18 de abril de 1945. Aprendeu a tocar violão sozinho, começou a compor aos 17 anos e despontou como compositor na década de 60. Teve seu trabalho registrado pela primeira vez com a gravação de "Queixa", samba feito em parceira com Zé Kéti e Paulo Tiago, em 1965. Sidney participou de muitos festivais, obtendo sucesso em praticamente todos e tornando-se assim uma estrela de primeira grandeza dos festivais de música brasileira, ao lado de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Geraldo Vandré e Paulinho da Viola.

Em 1966, ao escutar as músicas de Miller, Nara Leão se deslumbrou e gostou tanto das canções do novo compositor que não conseguiu escolher apenas uma para gravar, mas cinco. E gravou. Durante sua curta vida, Sidney Miller participou de composições para trilhas sonoras de filmes, músicas para peças de teatro, organizou espetáculos e produziu discos, como "Coisas deste mundo", de Nara Leão, em 1969.

As músicas de maior sucesso do compositor são: "Pede Passagem", "A estrada e o Violeiro", "É isso aí", "Maria Joana", "Alô Fevereiro", "Pois é, pra que?", "O Circo" entre outras. Estão na relação dos intérpretes de suas canções vários artistas como: Nara Leão, Quarteto em Cy, MPB-4, Luiz Eça, Dóris Monteiro, Paulinho da Viola, Luli e Lucina, Joyce, Ruy Faria, Cynara e Cybele, entre outros grandes nomes da Música Brasileira.

Miller era grande amigo do então casal Cynara (Quarteto em Cy) e Ruy Faria (MPB-4), juntos compuseram a valsa "Oração do Astronauta". Ruy fala sobre o amigo: "Ele era uma pessoa admirável, dócil, um talento incomensurável e muito sensível. Atravessamos juntos memoráveis e divertidos momentos. Não sou muito chegado a este tipo de cobrança, mas creio que o nome e a genialidade do Sidney deveriam ser muito mais reverenciados".– afirma.

Sidney Miller trabalhava na Funarte (Fundação Nacional de Arte) e faleceu precocemente aos 35 anos, no dia 16 de julho de 1980. Após sua morte, a sala em que trabalhava na Funarte, no Rio de Janeiro, ganhou seu nome.

Eis aqui um artista que foi enquanto vivo um trabalhador incansável, engrandecendo decididamente a Música Brasileira, a verdadeira.

6 comentários:

Anônimo disse...

Amei! Demorei a vir visitar, mas adorei isso aqui.. voltarei mais vezes!
bjocas

Anônimo disse...

Ihhhh....

Dessa vez você me pegou.... não conheço nada do trabalho dele... só o conhecia de nome, por causa da Sala ! rs...rs...

Mas se você está falando que é bom... vou procurar saber mais... ouvir as músicas, essas coisas !

Beijos
Naty

P.S. Vê se não demora tanto pra atualizar.... não podemos ficar órfãos desse espaço !

Anônimo disse...

Que genial é ver um jovem como o Cesar trabalhando pela MPB e escrevendo sobre este poeta que É o Sidney Miller.Tudo que ele produziu foi perfeito, apesar de adorar mais a música Pois É Pra Que, que foi super valorizada pela interpretação do Ruy Faria, que adoro de paixão! Acho que é de iniciativas como esta que depende a MPB. Parabens Cesar. Vamos divulgar o seu blog na web pois a melhor música do mundo é a nossa e tem que ser divulgada, principalmente para os jovens que, infelizmente, vêm sendo bombardeados pela mídia com produções de gosto duvidoso.
Beijos
Milu

Anônimo disse...

Grande Mocarzel:

Das salas de aula da Candido Mendes ao mundo maravilhoso da MPB (MÚSICA POPULAR BRASILEIRA, em maiúsculas), com direito a honrosa escala em Ouro Preto.
Lembro aqui versos de Sidney: "se esse rumo assim foi feito / sem aprumo e sem destino / caio fora desse leito / desafio e desatino / mudo a sorte do meu canto / mudo o norte dessa estrada / que em meu povo não há santo / não há força e não há forte / não há morte, não há nada / que me faça sofrer tanto."
São da premiada letra de A Estrada e o Violeiro, todos aqui sabem. Que essa estrada leve esse meu aluno a muitos e belos caminhos. E que nós, os violeiros, possamos acompanhar e cantar juntos.

Anônimo disse...

Amigos é para estas coisas, masmo que seja pela net. Gostei muito de seu blong, sou fraco de rede, mas vou mandar seu espaço para amigos que curtem muito a mpb, principalmete a maravilhosa poesia de Sidney Miller, um abraço Celso.

Anônimo disse...

Blowin' In The Wind (tradução)
Bob Dylan
Composição: Indisponível

Soprando no vento:

Composição: Bob Dylan

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Sim e quantos mares precisará uma
pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa dormir na areia?
Sim e quantas vezes precisará
balas de canhão voar
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça
E fingir que ele simplesmente não vê?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Até poder ver o céu?
Sim e quantos ouvidos precisará um homem ter
Até que ele possa ouvir o povo chorar?
Sim e quantas mortes custará até que ele saiba
Que gente demais já morreu?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento